quinta-feira, 6 de julho de 2023

MEC avalia 14 propostas para criação de mestrado acadêmico EAD no País

    A pandemia expandiu a experiência com educação a distância das instituições de ensino superior e tornou possível novas experiências e soluções tecnológicas. Hoje, uma em cada três especializações no País já é EAD, conforme divulgado neste mês pelo Mapa do Ensino Superior no Brasil, compilado pelo Semesp (sindicato das mantenedoras). O desafio agora passa para o chamado stricto sensu: o Ministério da Educação (MEC) deve avaliar 14 propostas para criação de um primeiro mestrado acadêmico a distância neste ano.
    Podem submeter propostas de novos cursos instituições credenciadas no MEC que têm Índice Geral de Cursos (IGC) igual ou superior a 4 (o índice vai até 5) ou, então, tenham um programa de pós-graduação stricto sensu reconhecido pela pasta, em funcionamento, com nota 4 e na mesma área da nova proposição. A análise cabe à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
    O regulamento dos programas deve abranger itens como a quantidade máxima de vagas por turma; estrutura curricular do programa; estratégias para evitar fraudes nas avaliações e critérios para a manutenção da qualidade do curso. A análise é realizada pelo Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES), que se reúne uma vez por mês para análise de todas as propostas recebidas.
    Por meio de nota, a agência ressaltou a importância do diálogo com representantes da academia para o avanço das discussões sobre a temática. “Um dos pilares da Capes é a constante interlocução com a comunidade acadêmica ativa no País. Para tanto, os coordenadores das 49 áreas de avaliação e demais especialistas que atuam junto ao órgão constantemente dialogam com docentes e pesquisadores dos programas de pós-graduação a fim de buscar soluções de problemas e inovações que permitam aprimorar a modalidade de educação a distância no âmbito da pós-graduação”, disse.
    Em agosto de 2019, houve um primeiro edital que permitiu a oferta de cursos de mestrado a distância. Ele recebeu 17 propostas na modalidade – de um total de 652 propostas de mestrado e doutorado para todo o País, incluindo a modalidade presencial.
    Das proposições recebidas em 2019, nenhuma foi aprovada pela agência e, com a pandemia, todos os processos de Avaliação de Propostas de Cursos Novos (APCN) foram paralisados em 2020 e 2021. Conforme a Capes, das 1.054 documentações submetidas no edital do ano passado, 14 são cursos EAD, a maioria na modalidade profissional. O resultado final da análise de mérito ainda não foi dado para ninguém – e as que ainda não foram analisadas devem ser avaliadas ao longo do ano, conforme o calendário das reuniões do colegiado.
    A regulamentação permite o envio de propostas de doutorado a distância, mas esse cenário está um pouco mais longe da realidade: os projetos podem ser submetidos apenas depois do primeiro ciclo de avaliação do programa de mestrado EAD da instituição em que a formação tenha tido o reconhecimento renovado e recebido, no mínimo, a nota 4.

O debate

    Para Enilton Ferreira Rocha, que integra o Conselho de Qualidade da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), a regulamentação atual apresenta fragilidades, principalmente quando comparadas a dispositivos vigentes em outros países. “O conceito de qualidade estabelecido nesses documentos, visto que eles são mais restritivos do que orientadores, ainda não satisfaz o propósito da pesquisa nesse nível de ensino, sendo muito mais burocrático do que preocupado com a qualidade da oferta.”
    Conforme Rocha, o caminho para a oferta efetiva de cursos de mestrado e doutorado EAD ainda é longo. “Para se candidatarem a ofertantes, as instituições são submetidas a critérios que muitas vezes não condizem com as realidades das instituições de ensino privadas. Há desigualdades de contexto, de currículos, de infraestrutura, de pessoas e de gestão”, afirma.
    No Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), o tema é objeto de debate entre os integrantes dos grupos de trabalho e a organização não tem uma posição definida. Já quanto à forma com que as plataformas virtuais e aplicativos vêm sendo utilizados desde a pandemia, na chamada “plataformização da educação”, existe preocupação.
    A associação chama a atenção para o uso das plataformas de ensino de empresas como Google e Microsoft, que cresce nas universidades públicas, e o acesso irrestrito que têm aos dados de usuários. A expansão das ferramentas, empregadas como método, seria responsável pela monetização dos dados e informações, mercantilizando os processos de ensino. Outro aspecto considerado é o impacto do processo de digitalização. “O Andes entende que a qualidade da educação se dá, entre outros aspectos, pela construção coletiva, unindo toda a comunidade, o que só pode se dar no ambiente presencial. Além disso, a tecnologia faz com que tudo seja urgência, o que faz com que percamos a capacidade reflexiva sobre os temas”, afirmou o sindicato.
    Para a Abed, uma aprovação futura da pós-graduação stricto sensu a distância poderia contribuir para a melhora da educação superior no Brasil. Entre as possíveis vantagens, Rocha consegue listar a flexibilização e a otimização do acesso e desenvolvimento de atividades de pesquisa em laboratórios digitais e presenciais; intercâmbio digital online e híbrido e cooperação entre instituições de ensino nacionais e estrangeiras, além da interiorização de conhecimento científico, que se encontra frequentemente concentrado nos grandes centros urbanos.

Receios
   

    Uma das preocupações em relação à existência de programas de pós-graduação stricto sensu a distância é a superação de desafios já notados na modalidade EAD. “Este é um ponto crítico”, define Rocha. “A revisão de conceitos da EAD, regulamentos e a seleção de professores e estudantes carece de atenção especial frente aos avanços tecnológicos que podem contribuir ou gerar novas preocupações às instituições de ensino ofertantes.”
    De acordo com ele, porém, poderiam ser implementados programas de investigação e de prováveis soluções para problemas educacionais, de saúde, sociais e de desenvolvimento econômico. “Oferecemos mestrado e doutorado mais no campo da revisão teórica, em detrimento de pesquisas com geração de produtos, artefatos e soluções percebidos pela sociedade brasileira.”

Raio X de matrículas

– 0,7% foi o porcentual de queda nas matrículas em cursos de especialização entre os anos de 2021 e 2022: aumento de 7,3% na rede privada e queda de 39,2% na rede pública.

– 5% foi a queda de matrículas em mestrado entre 2021 e 2022: 3,4% na rede privada e 5,8% na rede pública.

– 19,4% foi a queda nas matrículas em doutorado entre 2021 e 2022: 37,1% na rede privada e 14,1% na rede pública.

– 19,7% foi o aumento no número de matrículas em cursos de ensino superior na modalidade EAD entre os anos de 2020 e 2021.
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terça-feira, 4 de julho de 2023

Livro apresenta brincadeiras de crianças quilombolas na educação infantil

 Livro apresenta brincadeiras de crianças quilombolas na educação infantil


O livro Na escola se brinca: brincadeiras de crianças quilombolas na educação infantil apresenta as vivências de duas escolas quilombolas de Educação Infantil situadas no Recôncavo Baiano, em Santo Amaro e São Francisco do Conde, visando potencializar a circularidade entre tradição oral e linguagem escrita por meio do registro de brincadeiras perpassadas por gerações.

Tem como objetivo manter viva a memória da ancestralidade negra a partir das presenças das crianças, impetrando diálogos entre tradição e contemporaneidade. Com isso, são apresentadas brincadeiras situadas na experiência ancestral africana, representando o fortalecimento da existência das crianças negras quilombolas, nos seus modos de ser, brincar e estar no mundo.

O projeto é um dos produtos do Edital Equidade Racial na Educação Básica: pesquisa aplicada e artigos científicos, lançado em 2019, iniciativa do Itaú Social coordenada pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), em parceria com o Instituto Unibanco, a Fundação Tide Setubal e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

No prefácio do livro, Carla Cristina dos Santos de Jesus diz que a obra mobiliza sentimentos para a percepção e a promoção de infâncias brincantes, permeadas por identidades que, historicamente, vêm sofrendo tentativas de silenciamento.

O material visa também a aplicação da alteração da Lei 10.639/03, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases (9.394/96), visando promover a educação da história e da cultura africanas e afro-brasileiras.

Segundo Míghian Danae Ferreira Nunes, uma das organizadoras do projeto, a educação antirracista é celebrada, uma vez que as crianças negras e quilombolas são vistas como produtoras de cultura.

"Reconhecer a existência das crianças negras e quilombolas é passo importante para fazer com que a educação se torne cada dia mais antirracista, pois isso as humaniza, tornando-as pessoas do tempo presente", finaliza Míghian.

Acesse o livro na Biblioteca ANANSI.

Fonte: msn.com

 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

SISU: prazo para inscrição na lista de espera acaba dia 4 de julho

    Os Candidatos não selecionados na chamada regular do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do segundo semestre, mas interessados em participar da lista de espera, têm até terça-feira (4) para acessar o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior e fazer a inscrição.
    O Sisu é o programa do Ministério da Educação (MEC) que reúne as vagas oferecidas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil, sendo a maioria delas ofertada por instituições federais – universidades e institutos.
    “O candidato poderá manifestar interesse na lista de espera em apenas um dos cursos para o qual optou por concorrer em sua inscrição no Sisu. A convocação por meio da lista de espera será a partir de 10 de julho”, informou o MEC.
    As informações sobre as convocações da lista de espera serão disponibilizadas pela instituição na qual o estudante se inscreveu; e as convocações serão gerenciadas e realizadas pela própria instituição, de acordo com seu planejamento.
    “As informações devem estar em edital da instituição de educação superior e no site da instituição”, explica o MEC.

VAGAS

    A segunda edição de 2023 do Sisu disponibilizará 51.277 vagas em 1.666 cursos de graduação, de 65 instituições de educação superior. Segundo o ministério, o certame contabiliza 305.797 inscritos e 578.781 inscrições em cursos ofertados. A diferença se deve ao fato de ser possível, aos candidatos, escolherem até duas opções de cursos.
    O sistema executa a seleção dos estudantes com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A inscrição é gratuita e feita exclusivamente pela internet, por meio dos serviços digitais do governo federal (gov.br).
    “Até o limite da oferta das vagas, por curso e modalidade de concorrência, de acordo com as escolhas dos candidatos inscritos, eles são selecionados por ordem de maior classificação, em cada uma das duas edições anuais do Sisu”, explica o MEC.

Fonte:Agência Brasil

 

quarta-feira, 15 de março de 2023

Os 8 métodos de ensino mais populares


Aplicáveis nas mais diversas abordagens metodológicas, os métodos de ensino acompanham crianças e adultos em processos de aprendizado que mais se adaptem às suas condições e preferências. Ao todo, existem vários planos de estudo utilizados pelas escolas modernas, favorecendo a aplicação de um conjunto de técnicas didáticas que impulsionem a promoção de experiências diferenciadas e de mais oportunidades educativas para todos.

Pensando nisso, preparamos uma lista com as principais metodologias de ensino aplicadas pelas comunidades acadêmicas e escolares. Confira abaixo breves explicações sobre como essas abordagens funcionam na prática: 

1. Método tradicional

Comum na maioria das escolas, o método tradicional consiste em uma modalidade de ensino onde o professor se destaca como centro da aprendizagem. Nessa prática, há exposição verbal de conteúdo e por meio de demonstrações, enquanto o aluno se concentra em estabelecer uma posição passiva e sem muita autonomia. O foco é educar o estudante para a progressão acadêmica e para a absorção de conhecimento em todas as áreas.

2. Método construtivista

 Idealizado pelo biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), o método construtivista estimula a formação do conhecimento a partir de uma perspectiva ativa do aprendiz. Cada estudante é guiado através de seu próprio tempo de aquisição de informações e há um grande foco no trabalho em equipe, com tarefas didáticas que estimulem a solução de problemas. 

3. Método montessoriano

Baseada na filosofia da pesquisadora italiana Maria Montessori (1870-1952), a metodologia montessoriana oferece apoio a crianças desde seus primeiros estágios de formação. Durante o processo, alunos são acompanhados por adultos para terem seus atributos de criatividade e independência estimulados, com cada indivíduo escolhendo suas próprias atividades, ordenando a prática de aprendizado e determinando seu ritmo sem intervenções. 

4. Método Waldorf

No método idealizado pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), os aspectos cognitivos e as capacidades criativas e artísticas são balanceadas em um processo individual de acompanhamento. Por meio de testes e provas periódicas, alunos são avaliados mediante suas competências, registrando resultados de execução de trabalhos, grau de dificuldade e empenho em aprender. A grade escolar inclui matérias tradicionais e especializações. 

5. Método Freinet

 As instituições que aplicam o método Freinet apostam em estratégias que visam o trabalho e a cooperação. Com essa abordagem, educadores ensinam crianças a compartilhar suas produções com os colegas, enquanto têm seu desempenho avaliado progressivamente. Para isso, especialistas na área utilizam estudos de campo, debates públicos e atividades focadas na capacidade analítica.

6. Método Paulo Freire

Conhecido como Educação Libertadora, o método Paulo Freire estimula o pensamento crítico e o desenvolvimento cognitivo por meio das próprias vivências do estudante. Essa abordagem também traz conceitos baseados na liberdade e na autonomia, onde a sabedoria popular e sanções estabelecidas em grupos sociais podem determinar uma mediação de conhecimento e, posteriormente, sua aplicação prática.

7. Método sociointeracionista

 Variação do método construtivista, a abordagem liderada por Lev Vygotsky (1896-1934) avalia como o ambiente impacta os processos de aprendizagem. Para o fundador do sociointeracionista, aspectos objetivos e subjetivos de cada indivíduo afetam suas respectivas formações e devem ser trabalhados por meio da interação social e da geração de novas ideias. Além disso, é estimulado um ensino que respeita uma construção de vida e participativa.

8. Método ágil

Originado dos estudos de desenvolvimento de Software, o método ágil é aplicado a partir de quatro pilares centrais. Segundo os idealizadores da abordagem, os aprendizes devem ser priorizados em detrimento de processos e ferramentas, as respostas às mudanças precisam ser constantes, as atividades colaborativas estão acima dos métodos utilizados e suas respectivas aplicações superam os diversos níveis de burocracia. 

 Fonte: Megacurioso