Em 2015, o Piauí foi primeiro colocado nacional no ranking de exploração de crianças e adolescentes. Durante audiência pública no Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região - Piauí (TRT/PI), nesta sexta-feira (06), foi repassado que o número de crianças exploradas no Estado era de 14%, no ano passado, percentual que atualmente chega a 16%.
Os abusos ocorrem, principalmente, dentro de casa e as atividades mais comuns estão relacionados a afazeres domésticos, trabalho na agricultura. Para a audiência foram convocadas empresas que trabalham com a profissionalização de adolescentes.
"Nosso objetivo principal é utilizar essa ferramenta importantíssima que é a aprendizagem para repercutir e combater o trabalho escravo no Estado, que aqui atinge números estratosféricos. Por isso, convocamos as empresas para que aumentem a contratação de aprendizes, principalmente os que estão sem situação de vulnerabilidade, para que eles possam deixar o trabalho precoce e irregular, ou simplesmente saiam daquela situação de vulnerabilidade, para que sejam inseridos no mercado legal por meio de mecanismo adequado e previsto em lei, que é a aprendizagem", disse o procurador Edno Moura.
Ele explica ainda que as empresas foram orientadas não apenas a cumprir a cota de contratação de aprendizes, mas atingir o teto máximo de 15%. Edno Moura ressalta que o alto índice de trabalho infantil no Piauí é reflexo de famílias mal estruturadas e carentes. "Mas o Estado e a sociedade atuando podem superar essa fragilidade que vem das próprias famílias", reitera.
Também participaram da audiência representantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST). "A situação não só do Piauí mas de todo o Nordeste é grave. Por isso, estamos chamando quem qualifica, quem deve ser atendido e todas as instituições que podem fiscalizar e ajudar no sentido da sensibilização e conscientização das empresas", disse Mastra Neves.
Fonte: Cidadeverde.com
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