Dando continuidade à série de reportagens especiais em comemoração ao aniversário de 165 de Teresina, hoje vamos falar sobre uma forma tecnológica e inovadora que está sendo muito procurada por empresas diversas e que é objeto de estudo e de interesse de pesquisadores da UESPI.
Investir em um negócio é sempre um desafio, ainda mais em períodos de crise. Mas, mesmo diante das incertezas e dos riscos, os investimentos em startups vêm crescendo. Isso se dá, principalmente, por uma característica especial: esse tipo de projeto se dispõem a solucionar problemas. No Piauí, com destaque para a capital Teresina, o fenômeno já é perceptível.
Startups são pequenas empresas digitais em fase inicial que usam intensivamente a tecnologia da informação e possuem grande potencial de crescimento. São programadas para crescer em ritmo acelerado e buscam a inovação em qualquer ramo ou atividade.
O termo começou a ser popularizado nos anos 1990, após a queda da bolsa eletrônica dos Estados Unidos, durante a chamada “Bolha da Internet” (em 2000), quando várias empresas do ramo da Tecnologia da Informação e Comunicação faliram. “Diante disso essas empresas sentiram a necessidade de sair do sistema tradicional de investimento e criação de empresas para um sistema de experimentação”, explica Carlos Giovanni, professor doutor do curso de Ciência da Computação da Universidade Estadual do Piauí.
Tais empresas buscaram ressurgir, investindo em ideias promissoras e inovadoras e que se mostravam extremamente lucrativas, além de sustentáveis. Grande parte das empresas do ramo surgiu no Vale do Silício, uma região da Califórnia (Estados Unidos), a exemplo do Google e Apple.
“As startups estão ligadas à identificação de oportunidades e resolução de problemas, por isso se destacam”, afirma o professor doutor do curso de Administração da UESPI, estudioso do fenômeno das startups, Helano Pinheiro.
Instituições públicas e privadas, cada vez mais estão interessadas nesse potencial de solucionar problemas e inovador dos startups. “Tem mais ou menos uns dois anos que o mercado de startups vem engrenando em um ritmo mais acelerado por aqui e promete crescer ainda mais com os incentivos que o setor vem ganhando. O programa Inova Piauí, por exemplo, já foi uma sinalização positiva do governo”, afirma o mentor de startups e prof. Dr. do curso de Computação da Universidade Estadual do Piauí, Carlos Giovanni.
O Inova Piauí, citado pelo professor, é um programa realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), em parceria com o Sebrae e a empresa Baita Investimentos, com o objetivo de promover o desenvolvimento tecnológico e incorporação de inovação nos setores produtivos do Piauí, como medida de geração de riquezas, empregos, eficiência e capacidade competitiva.
O programa abriu edital em março desse ano, onde selecionou 17 startups destinados a aplicação em vários setores como Turismo, Energias Renováveis, Agronegócio e Apicultura. Mais de R$ 800 mil estão sendo disponibilizados pelo Governo do Estado para o desenvolvimento dessas ideias, que se encontram em fase de aceleração.
Teresina se destaca no mercado de startups
O último levantamento realizado em 2016 pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) sobre o mercado de startups mostrou que o Piauí possui mais de 1000 startups, sendo que 62 % desses negócios estão localizados na cidade de Teresina.
A maioria dessas ideias conta com o apoio do próprio Sebrae, o qual, através do programa Like a Boss (instalado no Piauí em 2013), apoia ideias inovadoras oferecendo treinamento, palestras, workshops e até mesmo aporte financeiro, visando dar mais segurança aos empreendedores na tomada de decisões e contribuindo para que o negócio tenha maiores chances de se destacar no mercado.
“Teresina vem despontando nesse mercado”, garante Samuel Moraes, analista técnico e mentor de startups do Sebrae. “Cada dia que passa aparecem mais pessoas interessadas em investir. Aqui no Sebrae a gente recebe diariamente investidores com ideias bem inovadoras”, acrescenta.
Samuel representou o Sebrae Piauí, em encontro realizado em Brasília, para discutir ações para promoção da Inovação Empresarial no Piauí. Fonte: FIEPI
Uma das startups já atendidas por meio do Sebrae Like a Boss é a Questionizer, criado para facilitar o networking em eventos. Através dele os usuários têm acesso à programação, podem compartilhar informações entre si, interagir com o palestrante e até mapear o perfil dos usuários.
O aplicativo Questionizer é uma ideia criada pela empresa Flex Digital, desenvolvido com o auxílio do Sebrae através do programa Like a Boss
Todos os anos o Sebrae faz uma chamada para receber novas startups como essa. “Em 2017 recebemos 81 startups, as quais estão passando por acompanhamento para que tenham condição de escalar a nível nacional. Estamos conseguindo bons resultados. Só no primeiro semestre deste ano tivemos 4 startups selecionadas para participar do Inovativa Brasil (programa de nível nacional que oferece ajuda para o crescimento de startups); isso mostra que as ideias desenvolvidas em Teresina e em vários outros municípios do Piauí não perdem em nada para as desenvolvidas em outros lugares do país”, destaca o analista.
O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas também apoia iniciativas como Acelera Cuia de Startups. O Cuia é um programa executado pelo Lagoas Digitais, projeto que conta com a participação de professores dos cursos de Ciências da Computação e Administração da UESPI. O objetivo do Cuia é fomentar o surgimento de novos negócios digitais em Teresina com o apoio, também, da prefeitura municipal e de empresários.
Na foto, o prof. Dr. do curso de Computação e um dos idealizadores do Lagoas Digitais, Bringel filho, faz abertura de uma das etapas do Cuia
A necessidade de engajamento
Com a oferta de cursos na área de Tecnologia da Informação em todas as universidades públicas e em várias instituições de ensino superior particulares do estado, a mão de obra não é entrave para o desenvolvimento do mercado de startups.
O que falta mesmo é a participação maior de universidades, instituições públicas e privadas, no fomento da cultura empreendedora e de políticas voltadas ao setor de startups.
O ecossistema piauiense, composto por empresas como SEBRAE e outras, além de Instituições de Ensino Superior públicas e privadas e entidades governamentais de fomento à pesquisa e inovação, foi formalizado recentemente, em 2015, com criação da Câmara Setorial de Tecnologia da Informação e Comunicação do Piauí. “O nosso ecossistema de inovação ainda está amadurecendo, os envolvidos já se reúnem, se conhecem e já estão produzindo os primeiros resultados, agora é dar continuidade e trabalhar para buscarmos bons resultados”, ressalva Helano.
Na terceira matéria da série de reportagens especiais em comemoração ao aniversário de Teresina , contou-se sobre o que de fato é turismo na capital piauiense, em “Teresina é Turismo: o polo de saúde, eventos e negócios”. Confira
aqui.
Fonte:
Assessoria de Comunicação - UESPI
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Fonte:Uespi.br