O empresário Carlos Wizard desistiu de assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e também deixou o cargo de conselheiro do Ministério da Saúde. Ele tomaria posse na secretaria nesta segunda-feira, dia 8.
Por meio de nota, o bilionário informou que não vai mais atuar na pasta. “Informo que hoje (7/junho) deixo de atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono. Além disso, recebi o convite para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima”, declarou Wizard.
O empresário lamentou as declarações que deu nos últimos dias, sobre o plano de recontar os mortos pela covid-19, porque haveria irregularidades nas informações. “Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da Covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas”, afirmou, na nota.
Amigo próximo do ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que conheceu durante a Operação Acolhida, em Roraima, Carlos Wizard passou a dar declarações nesta semana sobre os dados do coronavírus no País, antes mesmo de assumir o cargo no governo. Em entrevista ao jornal O Globo, na sexta-feira, 5, afirmou que os dados de mortos eram “fantasiosos” e que governos estaduais e municípios estariam inflando os números para receber mais recursos do governo federal.
No sábado, 6, Wizard disse ao Estadão que o governo levaria o assunto “à esfera competente” contra as supostas irregularidades, sem detalhar exatamente o que deveria ser feito. “Temos uma equipe de militares trabalhando nisso, sob o comando do general Pazuello. Estamos levantando os dados e fatos. Levaremos à esfera competente”, comentou, na ocasião. E disse: “Não pretendemos desenterrar mortos, não tratamos disso. O que pretendemos é rever os critérios dessas mortes”.
A baixa representa mais um revés no Ministério da Saúde, que hoje é gerenciado por mais de duas dúzias de militares sem formação na área. Desde o início da pandemia, a pasta perdeu os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, por causa de divergências com o presidente Jair Bolsonaro, que insiste no fim do isolamento social e no uso indiscriminado da cloroquina como forma de tratamento da doença.
Carlos Wizard, que é o ex-dono de uma escola de idiomas que leva seu sobrenome, cuidaria exatamente da secretaria que trata do uso da substância no tratamento da doença. Ao Estadão, ele chegou a fazer uma defesa enfática da substância como forma de enfrentar o vírus.
Fonte: msn.com
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