sexta-feira, 26 de setembro de 2014

II Colóquio Internacional de Literatura e Gênero traz escritor moçambicano em mesa sobre Literatura Feminina e Etnia

Por: Aldenice Sousa
Literatura Feminina e Etnia. Este foi o tema abordado pelos pesquisadores Prof. Elio Ferreira de Souza e Prof. Crimildo G. Bahule em uma mesa redonda mediada pela Profa. Dra. Algemira de Macêdo Mendes, durante a programação do II Colóquio Internacional de Literatura e Gênero da Universidade Estadual do Piauí- UESPI. A mesa aconteceu no Auditório do Núcleo de Educação à Distância- NEAD, nesta sexta-feira (26/09).

Crimildo Bahule em sua apreciação sobre a obra de Paulina Chiaziane

O escritor moçambicano Crimildo Bahule apresentou o resumo de sua investigação da obra de Paulina Chiziane. Para Crimildo Bahule, os livros da autora africana retratam elementos da cultura e tradição de Moçambique e expõem a realidade da mulher moçambicana em um contexto onde se sobressai o domínio masculino e a tentativa de superação feminina . ”Em Chiaziane há uma certa urgência para o melhoramento da situação da mulher. Esta urgência percebe-se na estratégia discursiva utilizada pela autora, ao se opor ao discurso imposto e estabelecer uma nova modelagem para a existencia feminina”, afirma Crimildo Bahule.

Elio Ferreira apresentando a carta de Esperança Garcia

Já o Prof. Dr. Elio Ferreira destacou a carta escrita pela escrava negra Esperança Garcia, considerando o que pode ser um dos primeiros registros da literatura afrodescendente, e símbolo de resistência negra do país. Segundo Elio Ferreira , a carta possui um tom de denúncia, relatando ao Governador da Provínica do Piauí, as injúrias sofridas por Esperança Garcia e outros escravos, por parte do administrador de uma fazenda, isto no período colonial setecentista, onde o letramento era restrito à famílias ricas e ao gênero masculino.” A narrativa autobiográfica de Esperança, fala da dor humana, da luta e do desespero de uma mulher escravizada. Hoje, a carta é um símbolo para a luta por equidade dos direitos entre negros e brancos no Piauí”, corrobora o docente.

A mesa foi encerrada com participação do público e discussões acerca da relação entre a temática abordada pelos pesquisadores.


Fonte:
Assessoria de Comunicação - UESPI
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(86) 3213-7398

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