sábado, 4 de julho de 2015

Quase 300 mil piauienses já perderam todos os dentes por falta de cuidados

36,9% da população não foi a uma consulta nos últimos 12 meses.
Projetos no estado viabilizam o tratamento para famílias carentes.


Quase 300 mil piauienses já perderam todos os dentes. De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada dez pessoas não têm mais dentes. Muitos ainda acreditam que a escovação é a medida mais eficaz para proteger a dentição.
A reportagem conheceu famílias no bairro Bom Jardim, em Teresina, que há pelo menos cinco anos não faz uma visita ao dentista. “Não temos condição de pagar plano e aí fica por isso mesmo. A gente que tem que cuidar dos dentes das crianças”, disse a dona de casa Antonia da Penha.
Dados do IBGE mostram também que 36,9% da população não foi a uma consulta odontológica nos últimos 12 meses, mesmo com serviços gratuitos oferecidos pelos postos públicos de saúde através do Programa Saúda da Família.
“Geralmente cada equipe tem em torno de cinco agentes de saúde e eles acompanham o paciente em cada área e traz a necessidade dele aqui para a unidade”, explica a dentista Geysa Moura.
No bairro Santa Maria da Codipi reclamação dos moradores é de que o acesso ao serviço odontológico é difícil e não conseguem atendimento. “Meu filho está precisando e toda vez que a gente vai procurar por consulta não acha, fica muito difícil. Ele pode perder os dentes”, diz a dona de casa Maria do Amparo.
Outros moradores relatam que para conseguir consulta com o dentista é preciso dormir na porta do posto de saúde.
Para tentar ajudar essas famílias, há seis anos o projeto Dentistas do Bem vem deixando mais bonito o sorriso de crianças e adolescentes. “Esses jovens são células multiplicadoras. Eles levam para a família deles o que eles aprendem aqui sobre higiene bucal, prevenção e sobre o porquê da importância de ter um sorriso saudável”, disse a dentista Marina Pontes.
A mãe e o pai de Carlos Renan não tem dinheiro para custear o tratamento odontológico, mas através do projeto o garoto já conseguiu até colocar o aparelho ortodôntico que precisava para corrigir os dentes.
“Eu não tinha perspectiva de ter um tratamento ortodôntico até conhecer o projeto”, falou o Carlos Renan.
Famílias nas mesmas condições que a do jovem, podem procurar a Associação Brasileira dos Cirurgiões Dentistas (ABCD), que há 12 anos ajudam famílias piauienses sem condições financeiras a deixarem os dentes mais saudáveis.
“Hoje nós temos uma média de 1 mil atendimentos por mês. Esses atendimentos são disponibilizados para a população a preços bem acessíveis, bem abaixo do mercado porque nosso objetivo é atender as pessoas mais necessitadas. Podem ter consulta gratuita quem conseguir comprovar a baixa renda”, falou Sérgio Pires, diretor financeiro da ABCD.
Na Instituto de Perinatologia da Maternidade Dona Evangelina Rosa, grávidas e bebês também podem ter acompanhamento odontológico gratuito. São estudantes do curso de odontologia da Universidade Federal do Piauí que acompanham os pacientes e realizam até o teste da linguinha que pode detectar eventuais problemas de fala, como a "língua presa"
Fonte: G1

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