No dia 28 de janeiro, o professor doutor Nouga Cardoso Batista vai ser nomeado novo reitor da UESPI no Palácio de Karnak. Cheio de planos, o reitor pretende expandir a qualidade dos cursos já existentes, oferecer novos, intensificar a política de pós-graduação e implantar pelo menos um doutorado na Universidade Estadual.
Com isso, ele pretende elevar o conceito da instituição de “C”, considerado bom e emitido pelo Ministério da Educação, para “B”, o mesmo da Universidade Federal do Piauí, ou até mesmo um “A”.
Ciente que esta tarefa demanda muito esforço da gestão, Nouga se dispôs a encarar mais este desafio na sua trajetória, que ele garante que será marcada por sua persistência na realização de sonhos.
Nascido em Monsenhor Gil, ele é filho de uma família de agricultor rural de 10 filhos, onde quase todos tiveram que trabalhar para ajudar no sustento da casa.
Quando tinha dez anos vendia dindim em campo de futebol e dentro do ônibus de Monsenhor Gil, quando ele se dirigia à zona rural da cidade. Também vendeu lanche na escola CNEC em horário de intervalo.
Ainda, nesta época, comprava pães em Teresina e revendia no município da Grande Teresina. Este trabalho não interferiu nos estudos e ele sempre estudou em escola pública. Cursou toda a educação fundamental em Monsenhor Gil e o ensino médio no Liceu Piauiense, quando morou na Casa do Estudante do Piauí.
Depois disso, fez o curso de Licenciatura Plena em Química, na UFPI. Em 1993 concorreu para o ingresso no mestrado na USP e foi aprovado em 1º lugar conseguindo a única bolsa disponível naquele concurso.
Concluído o mestrado imediatamente ingressou no doutorado em 1995, concluindo em 1999 aos 29 anos de idade. Convicto de que tem nas mãos a responsabilidade de contribuir com a educação e o desenvolvimento do Piauí, Nouga nos revela os desafios, estratégias e metas para os próximos quatro anos de gestão.
Jornal MN- Como iniciou sua relação com a UESPI e de que maneira evolui até chegar ao cargo de reitor?
Nouga Cardoso Batista – Ingressei na UESPI a convite do Reitor à época, professor Jonatas, como Professor Visitante, depois fui professor substituto, tendo sido efetivado por meio de concurso de prova escrita, didática e de título no ano 2003 no curso de Licenciatura Plena em Química. Ao longo destes 13 anos de UESPI fui Membro da Direção Regional do Andes (Sindicato Nacional do Docentes); Presidente do Sindicato dos Docentes da UESPI; vice-reitor eleito (2010-2013). Ainda fui professor substituto no IFPI (Instituto Federal do Piauí) e professor efetivo da educação básica no Estado do Maranhão, antes de ingressar na UESPI como professor efetivo.
JMN – Qual a importância da UESPI para você?
NCB – A Uespi representa meu sustento familiar, meu emprego. Também é uma Instituição que tem me permitido contribuir na formação de muita gente. Vários já foram os estudantes formados no curso de Química da Uespi e orientados a fazer mestrado e doutorado em muitas instituições de ensino Brasil a fora. A UESPI tem me permitido implementar laboratório de pesquisas que nos permitirá desenvolver conhecimentos novos ligados ao coco babaçu (árvore típica de nossa região) que se pretende agregar valor ao coco babaçu. O resultado futuro desta pesquisa, que é desenvolvida na Uespi, UFPI e IFPI será manter pessoas trabalhando no campo com mais dignidade e qualidade de vida.
JMN – Como reitor o que você pretende fazer pela UESPI?
NCB – Estruturar melhor a gestão acadêmico-administrativa, melhorar nossa visibilidade externa, aumentar a qualidade dos cursos já existentes, oferecer novos cursos nas cidades onde já estamos presentes e em outras, em parceria com o Governo do Estado, Prefeituras e Governo Federal. Além disso, queremos melhorar todos os indicadores de qualidade. Estabeleceremos como uma das metas principais aumentar o número deprograma de mestrado e implantar pelo menos um doutorado.
JMN- O que os alunos da graduação e pós-graduação podem esperar da sua gestão? Como é sua relação com os estudantes e o DCE da UESPI?
NCB – Muito diálogo, parcerias no atendimento das demandas. Particularmente, nunca percebi que a comunidade da UESPI Docente, Discente e Técnico Administrativo reivindique algo não alcançável e não importante para o nosso crescimento. Quero atender prontamente a algumas demandas que estiverem ao nosso alcance, e discutir o melhor encaminhamento de muitas outras, pactuando responsabilidades.
JMN – Como o senhor avalia o movimento estudantil (M.E.) na Uespi? O senhor já fez parte do movimento na sua época de estudante? Como foi esta fase da sua vida?
NCB – Já participei da vida estudantil. Fui presidente de Centro Acadêmico, da Direção da Casa do Estudante, do Movimento Docente. Foram momentos importantes que me formaram politicamente para a responsabilidade social das instituições públicas e privadas. Julgo serem por demais importantes estas manifestações dentro das Universidades. A Administração Superior não pode orientar o Movimento Estudantil, a identidade desses movimentos reside sobretudo na independência de suas construções e ações. Quando procurado farei o possível para fomentar ações coletivas que visem a estruturação do Movimento Estudantil, respeitando os limites que nos impõe a legislação.
JMN – E nas áreas de pesquisa e extensão, o que o senhor planeja executar para desenvolver estes setores na Uespi?
NCB – Daremos seguimento à implementação da política extensionista da Uespi com uma maior presença de nossos formandos na comunidade, com ações em todos os cursos.
Na área da pesquisa acadêmica, sobretudo de Iniciação Científica, pretendemos aumentar o número de bolsas PIBIC – Uespi e CNPq, e estendendo seu alcance aos alunos de todas as modalidades de ensino de graduação existente na UESPI.
JMN – O que os professores podem esperar da sua gestão?
NCB – Apoio às ações originadas no interior dos cursos, frutos das discussões acadêmicas dos colegiados. Além de nossa dedicação na implementação de melhores condições de trabalho e permanência em nossa Instituição. Continuaremos incentivando e apoiando as iniciativas pessoais de qualificação docentes, bem como lutaremos pela implantação de programas próprios de qualificação com mestrado institucional.
JMN – E a UESPI no interior do estado? Como o senhor avalia as unidades do interior? O que o senhor pretende fazer para melhorar a estrutura da Uespi?
NCB – A Uespi hoje está em 11 territórios de desenvolvimento. Nós temos a Uespi em Parnaíba, Piripiri, Campo Maior, Teresina, Floriano, Bom Jesus,Uruçui, Corrente, Oeiras, São Raimundo Nonato e Picos. Eu diria que a infraestrutura física destes prédios é boa. O que falta à Uespi no interior do Estado, principalmente, são bibliotecas. Nós precisamos de uma atualização do acervo. Em alguns prédios, e eu coloco como situação mais crítica Oeiras, precisam ser climatizados. Nós temos uma dificuldade com relação a este prédio de Oeiras, porque é tombado pelo patrimônio histórico.
JMN- Em termos de estrutura: que melhorias o senhor pretende implementar na Universidade? O restaurante universitário vai sair nesta gestão?
NCB – A UESPI hoje está em 35 municípios no interior do estado do Piauí. Nós não temos como ter 35 unidades de restaurante funcionando. Por conta da nossa adesão ao SISU, que tem uma mobilidade muito grande de estudantes de outros estados, outras cidades. Existe também uma política de assistência estudantil grande.
Nós estamos recebendo este ano R$ 2.250.000,00 do governo federal para aplicação direta na assistência estudantil. Esse recurso pode ser aplicado pra alimentação, moradia, até pra creche para os filhos das mães estudantes. Agora, é claro, o aluno que vai ser atendido por este programa tem que está em condições de vulnerabilidade social.
FONT: Jornal Meio Norte
Fonte:
Elias Monteiro da Cruz Neto/ASCOM
Assessoria de Comunicação - UESPI
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