segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Como uma busca no Google desmascarou o maior traficante da deep web

Segurança

(Foto: reprodução)

A Silk Road, o maior “império” do comércio ilegal de drogas na deep web, foi desmantelada em 2013. Com o julgamento de Ross Ulbricht, homem que supostamente era o administrador da rede sob o pseudônimo de Dread Pirate Roberts, detalhes da investigação aparecem: o “começo do fim” do site aconteceu graças a uma pesquisa no Google.
Existe uma lenda de que grandes criminosos são pegos graças a fatos triviais. No caso de Ulbricht, o pequeno erro foram algumas postagens em alguns fóruns na web comum em 2011, utilizando o endereço de e-mail rossulbricht@gmail.com.
O processo começou quando Gary Alford, um agente da IRS (órgão similar à Receita Federal nos EUA), decidiu pesquisar a fundo sobre o site, que, obviamente, não pagava imposto nenhum. A ideia era que a página deveria ser divulgada em algum lugar da web comum para atrair usuários novos.
Então, Alford decidiu usar as ferramentas que o Google lhe oferece. Ele colocou “silk road” (entre aspas) e .onion, domínio que determina os sites anônimos da rede Tor e também filtrou resultados para antes de janeiro de 2011, época em que o site foi fundado.

Com os filtros, foram encontradas mensagens de um usuário chamado “Altoid” em fóruns sobre drogas e bitcoin fazendo uma propaganda discreta da página, chamando a Silk Road de “um tipo de amazon.com anônima”. Havia também uma página no Wordpress com instruções sobre como se conectar à rede Tor para acessar o site de forma anônima.
Alford também encontrou um usuário com o apelido “Altoid” em um fórum sobre Bitcoin procurando pelos “melhores e mais brilhantes profissionais de TI na comunidade Bitcoin” para um trabalho em uma “startup” que utilizava a moeda. Interessados deveriam contatá-lo pelo endereço de e-mail citado acima.

Desconfiando desta pessoa, Alford conseguiu um mandado judicial para ter a colaboração do Google, responsável pelo Gmail, para investigar o usuário Altoid. Vasculhando e-mails, foi possível encontrar fotos do réu Ross Ulbricht, confirmando que não se trata de uma pessoa homônima presa por engano.
Também foram encontradas entre as mensagens informações sobre a compra de cartões de US$ 1,5 mil da Amazon usando Bitcoins com um laptop Samsung 700z. Depois de sua prisão, o mesmo computador foi apreendido e foi confirmado que aquele notebook havia sido usado para fazer login na Silk Road em uma biblioteca pública em 2013 no dia em que foi preso.
Toda a operação de sua captura foi feita com cuidado para permitir que Ulbricht fosse preso antes que ele pudesse fazer o logoff da rede de drogas ou pressionar alguma tecla em seu computador que fizesse a encriptação dos arquivos em seu laptop, o que dificultaria muito a investigação.
Depois de alguns dias de julgamento, Ulbricht já assumiu ter criado a Silk Road, mas diz que não era Dread Pirate Roberts, e não tinha mais vínculo com a administração e manutenção do site. O veredicto ainda não foi declarado.
Fonte: Olhardigital.com.br

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