O tema da escassez de água nunca foi tão discutido no país. A crise no abastecimento de água em São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, trouxe o assunto para a pauta principal de análises feitas por especialistas e leigos. O fato é que a considerada terra da garoa, atualmente, tem sofrido com grandes períodos sem chuva. Tal realidade, infelizmente, não é exclusividade do estado de São Paulo. No Piauí, o período de forte estiagem entra em seu quinto ano consecutivo. Para 2015, espera-se que a seca seja ainda mais forte que nos anos anteriores.
A previsão da redução severa nos níveis de chuvas no Estado é feita através da Gerência de Hidrometeorologia da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar). O órgão destaca que os meses de maio a novembro serão ainda mais secos durante o ano.
“É possível perceber que, desde dezembro, as chuvas estão abaixo da média e, neste início do ano, não foi diferente. Em uma comparação simples, nós constatamos que janeiro também teve seu índice pluviométrico reduzido, e este mesmo panorama é aguardado para fevereiro, março e abril”, relata a meteorologista da Semar, Sônia Feitosa.
Foto: Divulgação
Chuvas estão abaixo do esperado e devem permanecer assim pelos próximos meses
As estatísticas apontam 55% de chances das chuvas serem abaixo da média. Para Sônia Feitosa, o momento é de se repensar a forma de uso da água. “Esse é um período importante para se pensar e executar ações de economia de água. Mesmo que chovesse, muitos de nossos reservatórios estão em índices alarmantes e a chuva não resolveria totalmente o problema”, alerta.
Há quem duvide desse panorama por estar acompanhando as recentes chuvas ocasionadas em diversos municípios do Estado. Mas a especialista elucida que as precipitações são decorrentes do fenômeno conhecido como Zona de Convergência de Umidade, caracterizado por chuvas rápidas e isoladas.
A forte estiagem prejudica a população de forma geral. Para agricultores e criadores de animais, o desafio é contínuo para desenvolver as atividades essenciais de subsistência. Para tentar amenizar a situação da falta de chuvas, a população se utiliza dos reservatórios ainda existentes no Estado, mas esses também já apresentam as consequências da escassez.
Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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