quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mulher que chora sangue é do PI e ganha destaque na Rede Record

Ato de chorar sangue é muito raro, mas já foi estudado pela medicina e recebeu o nome hemolacria


A garota Débora, de 17 anos, representa um fenômeno raro e difícil de explicar: ela sangra quando chora. O problema começou há cerca de um ano - de acordo com a família dela, os sangramentos começaram primeiro no nariz, depois pela boca e ouvido e finalmente pelos olhos. A menina e a família é natural de Cocal (localizada a 300 km de Teresina), mas foi levada para São Paulo na esperança de encontrar uma resposta para o problema. A adolescente conta que sofre muito com o problema, apesar de não sentir dor.
O drama da piauiense foi mostrada em reportagem do programa Domingo Espetacular, exibido pela Rede Record.
- É difícil para mim, eu não acho que tenho uma vida normal por causa disso. Eu não posso ter uma discussão em família, uma briga. Ou meu irmão joga uma piada, começo a ficar nervosa, começa a sangrar.
O ato de chorar sangue é muito raro, mas já foi estudado pela medicina e recebeu o nome hemolacria. No caso de Débora, os médicos preferem não usar essa palavra, porque ela não chora sangue no lugar das lágrimas, mas sim lágrimas misturadas com sangue. Além disso, muitas vezes o sangramento ocorre mesmo quando Débora não está chorando.
Estudos médicos mostram que alguns casos de sangramento pelos olhos e outras partes do corpo podem ser provocados por deficiência na coagulação do sangue ou no sistema circulatório. Outras possibilidades são um tumor no cérebro, uma forte pancada na cabeça ou um trauma emocional.
No caso de Débora, os médicos descobriram uma pista importante: um trauma que ela sofreu aos 14 anos, quando morava no Piauí. Ela teria sido agredida pela patroa quando trabalhava como babá.
Antonio Carlos Lopes, médico da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que analisou o caso de Débora, diz acreditar que pode haver uma relação entre o sangramento e a agressão que a jovem sofreu no passado.
- A impressão que se tem, pelo que ela conta, é que deve existir algum tipo de má formação vascular como consequência do trauma que ela recebeu.
Mas, para fazer um diagnóstico definitivo, ele prefere esperar o resultado final dos exames, que devem ficar prontos nesta semana.

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