O presidente da Associação de Medicina Intensiva do Estado cobrou "vontade política" para solucionar a falta de UTIs.
“Enquanto se discute questões administrativas sobre leitos, pessoas morrem no Piauí por falta de UTI”. A declaração foi dada pelo presidente da Associação de Medicina Intensiva do Piauí, Kelson Veras, durante o Jornal do Piauí desta quinta-feira (13).
Fotos: Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde
“Um resolução do Ministério da Saúde diz que cada Estado deve manter de 1 a 3 leitos de UTI para cada grupo de 10 habitantes. No Piauí temos 3,3 milhões de habitantes e 314 leitos oficiais. Esse parâmetro está dentro do aceitável, mas mesmo assim, as pessoas continuam morrendo”, analisa o médico.
O posicionamento do representante da categoria se justifica após a TV Cidade Verde ter veiculado com exclusividade reportagem na última quarta-feira em que mostrou leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) improvisados no centro de saúde.
Fotos: Reprodução TV Cidade Verde
“Do jeito que foi mostrado na matéria, apenas conferimos um locais para esconder as mortes das pessoas. Lá, não se registra nenhuma função vital. São locais de morte lenta. Podemos conferir apenas um prolongamento da agonia da morte”, reagiu Kelson Veras.
O bacharel em Medicina defendeu que falta “vontade politica” e “interesse” para que se garanta melhor estrutura no atendimento especializado público à saúde. As UTIs do HUT estão em pleno funcionamento. O HGV ainda não atende. Nesta quinta-feira, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (UFPI), abriu cinco leitos.
“Onde está o Conselho Regional de Medicina que não vê isso? Onde está o Ministério Público Federal que não vê isso? Precisamos também de mais vontade política. Nossos parlamentares devem se unir, ir à Brasília, e conseguir recursos para nossa saúde”, defendeu o médico.
Kelson Veras acrescentou, ainda, que o Estado não deve mais contabilizar mortes enquanto se discute problemas de recursos entre vizinhos como Piauí e Maranhão, que ainda divergem sobre atendimentos de cidadão fora de seu Estado de origem.
“Temos que lutar por mais leitos que garantam a sobrevida dos pacientes, quantos sejam necessários. Até cirurgia são adiadas. Estou alertando porque essa situação é inaceitável. Temos decisão da justiça dizendo que não pode morrer ninguém por falta de UTIs. Os municípios têm que pagar, seja onde for. Não podemos aceitar que pessoas morram enquanto se resolvem problemas administrativos entre estados e se constrói novos hospitais”, disse.
Fonte: Cidadeverde
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