“Estava passando de bicicleta quando o adolescente dentro do carro, saindo do McDonald's cuspiu em mim. Vi que era um ato de discriminação quando vi que eles estavam sorrindo”, disse Alcione Corrêa, que é professor adjunto do departamento de Letras e pesquisador de Literatura Afrodescendente na América. Ele também é do Núcleo de Pesquisa Ifaradá, que trabalha em defesa dos direitos dos negros.
“Ele não me conhece. O fato de eu ser negro piora tudo. Se eu tivesse em outro carro e bem vestido, ele jamais iria cuspir em mim.
Alcione revela que a discriminação ocorreu às 19h10 do sábado. Ele disse que conseguiu anotar a placa do carro e faz sozinho as primeiras investigações.
O professor disse ainda que não registrou BO na Delegacia de Repressão aos Atos Discriminatórios, pois teme retaliações.
De acordo com o professor, sua primeira reação após o episódio foi pegar o telefone e ligar para o número da polícia (190) porque o carro contornou a rotatória e ia ao seu encontro novamente. "Poderia acontecer qualquer coisa, inclusive nada. Mas eu fiquei com medo", declarou. "A sensação é de impotência, porque eu vejo que esse rapaz tem sobrenome".
A placa do Gol de cor prata anotada pelo professor é NIF-9022.
Alcione acompanhou o episódio do jogador Tinga, do Cruzeiro (MG), vítima de racismo em um jogo na Copa Libertadores da América. "Os garotos com certeza não fecharam no Facebook com o Tinga, porque seria uma contradiçaõ", disse em uma referência a campanha feita nas redes sociais em favor do atleta, com uso da hastag "#FechadoComTinga.
Fonte: Cidadeverde.com
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