Grupo formado há três meses em Bom Jesus é composto de 12 adolescentes.
Mestres rabequeiros se emocionaram ao assistir apresentação dos jovens.
Um som metálico, vigoroso e único atraiu a atenção de 12 jovens de escolas públicas e filhos de agricultores, que estão tendo a vida transformada pelo poder da música. Há três meses, eles passaram a integrar a primeira Orquestra de Rabecas do país, na cidade de Bom Jesus, Sul do Piauí.
A melodia tão incomum, que ao bater no ouvido do jovem Vinícius Nunez despertou a curiosidade do adolescente de 17 anos, que nunca tinha dito contato com a música. "No começou foi bastante difícil, tocar a primeira música Asa Branca. Depois da segunda em diante ficou mais fácil", contou.
A sala de aula não lembra nenhum conservatório, mas é o lar musical dessa dúzia de jovens que descobriu a rabeca há pouco tempo. O instrumento parecido com o violino rústico emite um som agradável aos ouvidos e talvez seja por isso, que muito destes músicos iniciantes tenham se apaixonado pelo som que vem das cordas.
"Eu morava na Bahia e quando vim morar em Bom Jesus comecei a atuar na Paixão de Cristo, de lá surgiu o convite para fazer parte da orquestra. Como era oportunidade que eu precisava, decidi aproveitar e agarrei", declarou o estudante Teogenes Ferreira.
Por enquanto a Orquestra de Rabecas conta são apenas 12 músicos, mas o desejo é de seguir mais longe. O professor Stayllon Rodrigues, coordenador do projeto, promete abrir mais turmas e assim espera chegar ao total de 30 alunos.
"Eu me sinto muito feliz. Assim que surgiu o convite do maestro Aurélio Melo para ser professor de rabeca em Bom Jesus, eu não pensei duas vezes e vim logo. Foi um desafio, pois sou violinista da Orquestra Sinfônica de Teresina e para ministrar aula a estes jovens tive que pesquisar mais sobre o instrumento", revelou.
O estudante Bruno Silva, de 15 anos, diz que através da música espera tirar sustento da família e mudar de vida. "É o meu sonho", comentou.
Durante o encontro dos novos talentos com os mestres da rabeca, um momento único da música emocionou o rabequeiro Erondino. Ele ficou encantando com o que viu em Bom Jesus e elogiou a dedicação dos estudantes.
"Sinto muito prazer e alegria de ver estes jovens fazendo música com este instrumento e dando continuidade ao som da rabeca para todo o país", declarou.
Fonte: G1.globo.com
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