Júnior Ribeiro
Em seu segundo dia de debates e discussões acerca da realidade e desafios do ensino em zonas rurais, o Seminário de Educação do Campo trouxe ao campus Torquato Neto da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), a Profª Drª Maria Nalva Rodrigues de Araújo, da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), para discutir sobre a temática do evento. O Seminário do Campo é realizado através da parceria da UESPI com o Fórum Piauiense de Educação do Campo (Fopec).
Da esq. para a dir. as professoras Raimunda Gomes e Miriam Medeiros, organizadoras do evento, Elisabeth Meireles, diretora de articulação comunitária da SDR, Manoel Oliveira, representante do PRONERA, Maria Nalva que ministrou palestra e Marli Clementino, professora da UFPI
Com o tema “A Política da Educação do Campo”, a professora abordou, durante palestra ministrada na tarde desta quinta-feira (10) no auditório central do campus, o presente, passado e futuro no cenário da Educação do Campo no Brasil. A professora defende o direito à educação como um direito humano e destacou ainda os principais movimentos sociais que lutaram pela causa nos anos 90.
A professora denunciou que milhares de escolas já foram fechadas em zonas rurais. “Nós temos conquistas no cenário de Educação do Campo. Hoje nós temos os marcos legais e alguns programas no MEC e no INCRA. É importante lembrar que isso não é dádiva de governo, isso é fruto de lutas e insistências teimosas dos movimentos sociais do campo. Mas ao mesmo tempo essas conquistas não têm limitado, por exemplo, o governo fechar escolas. Nos últimos 10 anos foram mais de 37 mil escolas fechadas”, relata a professora.
Indignada, a professora Maria Nalva destacou que em termo de estrutura, as condições das escolas no campo são desoladoras
A professora ainda ressalta: “Se na verdade o governo brasileiro insiste em incentivar tão somente o agronegócio, que esvazia o campo e provoca o êxodo rural, não tem como fazer política pública de educação no campo porque não fica gente nessas áreas. E educação é uma atividade essencialmente humana. Então como pensar propostas em um lugar desabitado? Não tem como. E as poucas escolas que ficam ainda são fechadas…”, disse.
Além deste último citado, a professora ainda destacou que são muitos os desafios. Segundo Maria Nalva Araújo, o financiamento da educação, professores que não atualizam currículo e as estruturas físicas das escolas ainda são desafios pertinentes. “As escolas do campo são precárias em estruturas, precaríssimas. Eu tenho fotografias de escolas do campo que não têm parede. É desolador!”, concluiu, indignada, a professora.
Sandrinho do Acordeon e a Banda do Ronivon estarão presentes na noite cultural que será realizada ainda no segundo dia do evento. Uma visita ao assentamento 17 de abril, próximo ao município de Demerval Lobão, marcará o último dia do Seminário de Educação do Campo, nesta sexta (11).
Fonte:
Assessoria de Comunicação - UESPI
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