segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Por que a Bitcoin pode entrar em colapso?

(Foto: Reprodução)

A Bitcoin ultrapassou os US$ 650 nesta segunda-feira, 18, e está prestes a se tornar um instrumento financeiro legítimo no Senado norte-americano. Mas alguns especialistas, como a analista Izabella Kaminska, da FT Alphaville, e os cientistas da computação Emim Gün Sirer e Ittay Eyal, ambos da Universidade de Cornell, acreditam que a moeda virtual pode entrar em colapso em breve.
Para Izabella, alguns pontos confirmam uma possível ruína do dinheiro digital: a escassez da moeda e o desafio de minerá-la. Atualmente mineradores se unem em grupos para aumentar sua capacidade computacional e mineirar mais moedas. Além disso, está surgindo uma onda de roubo e 'sequestradores' de dados que exigem o dinheiro digital em troca da liberação das informações.
Os cientistas também acreditam que os grandes grupos de mineração podem acabar com a Bitcoin. O dinheiro digital tem um limite de 21 milhões de unidades (já existem 12 milhões circulando no mundo) e quanto mais perto se chega desse limite, mais poder computacional é necessário para minerar a moeda. Por conta disso, mineradores estão formando redes de máquinas de mineração.
O problema é que quando uma dessas redes de processamento cresce muito, passa a obter mais do que a parte que lhe caberia de Bitcoin - o que pode trazer um desequilíbrio fatal para o sistema. A moeda passa a ser controlada por uma única entidade e deixa de ser descentralizada. Ou seja, a organização controladora pode determinar quem participa da mineração, quais transações são efetivadas e pode até desfazer transações.
Uma correção foi desenvolvida pelos cientistas da universidade. Se implantada, o sistema que cria Bitcoin estaria seguro desde que nenhum grupo controle 25% ou mais do poder computacional de mineração. Mas a solução pode não ser eficaz, já que existem mineradores que comandam mais computadores que o 'permitido'. Segundo Sirer, alguns grupos chegaram a deter mais de 33%.
Entenda a Bitcoin
Criada em 2009 por um gênio da matemática, a Bitcoin é baseada no conceito peer-to-peer. Ou seja, qualquer um pode emitr Bitcoin porque não existe um controlador como a Casa da Moeda, por exemplo. Para emitir Bitcoins, que têm seu valor determinado apenas pela especulação em bolsas de valores virtuais, é necessário tempo e, curiosamente, dinheiro de verdade.
O funcionamento é simples: basta baixar o software do Bitcoin, criar uma carteira virtual e passar a fazer parte da rede que gerencia as transações com a moeda. Ao realizar cálculos que a rede precisa, você tem chances de ganhar Bitcoins em troca do "esforço" do seu computador. A verdade é que atualmente a complexidade é tamanha que a única maneira de conseguir Bitcoins é comprando moedas dos vários sites de câmbio.
Apesar de os participantes da rede serem anônimos, todas as trocas ficam abertas ao público como medida de segurança para que a moeda não seja usada duas vezes.
Nos Estados Unidos, já é possível comprar produtos eletrônicos, games, roupas, acessórios e até comida com moeda virtual. Mais do que isso, algumas empresas têm remunerado freelancers com a moeda e outras têm vendido bens, como carros usados e computadores, em Bitcoins.
No Brasil, o mercado nacional de Bitcoins voltou a funcionar recentemente. O serviço conta com cerca de dois mil clientes.

Com Business Insider e San Francisco Chronical.

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