segunda-feira, 14 de maio de 2012

Escolas têm contribuído para formar analfabetos funcionais, alerta especialista

No Brasil, pessoas que leem, mas não compreendem o sentido de um texto e não são capazes de se expressar pela escrita são classificadas como analfabetas funcionais. Em todas as regiões brasileiras, são homens e mulheres que abandonam a escola antes da segunda etapa do ensino fundamental e representam 20% da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para especialistas, quando a escola não valoriza a leitura ou deixa de avançar na alfabetização e no letramento, ela, na verdade, está formando um analfabeto funcional. Há muitos casos de não se desenvolver a competência leitora pelo abandono da escolarização. Educadores apontam que o mais preocupante é o contingente de brasileiros que terminam o ensino fundamental e até o médio e continuam lendo sem compreensão. Mas, então de quem é a responsabilidade?

“Da sociedade como um todo e essencialmente da educação escolar. A escola é uma instituição social, criada com a finalidade de preparar as pessoas que por ela passam a integrar e interagir na sociedade. Ela é responsável pela ampliação da socialização iniciada pela família. Ora, se a escrita constitui uma grande parte da comunicação entre as pessoas e entre essas e as instituições, a escola é responsável pelas ações que visam a apropriação dessa linguagem pelos seus alunos”, explica Maria Helena Braga, supervisora pedagógica de programas do Instituto de Qualidade no Ensino (IQE), entidade que atua no Piauí na formação de professores.

Porém, ela alerta que a leitura nas escolas tem funcionado apenas como um conteúdo escolar para o qual a finalidade é alcançar a aprovação. Maria Helena defende uma revolução conceitual sobre a escrita referente a leitura e produção de textos. “Enquanto não houver um esforço de reflexão sobre essa questão para se concluir que a leitura é uma forma de conhecimento de mundo e de interação, o professor continuará tentando ensinar a ler, sem qualquer finalidade que não seja cumprir a obrigação escolar. A leitura precisa entrar na escola como uma coisa viva e que dá vida”, acrescentou.

A supervisora ressalta ainda que a leitura precisa cumprir as finalidades que a sociedade atribui. “Precisamos saber ler para conhecer histórias, para entender as leis, para nos informarmos sobre conquistas e acontecimentos, para aprender a realizar determinadas ações, enfim, para uma infinidade de objetivos que vão muito além das avaliações da escola”, destacou, ressaltando que além da escola há outros meios que deveriam assumir a co-responsabilidade pela formação. “Os meios de comunicação, em especial e televisão, deveriam dar o mesmo peso à leitura de boa qualidade que dão a outros assuntos. Falar sobre livros, apresentar autores, revelar estilos e gêneros, seriam formas de desenvolvimento da competência leitora, desde o ato de escolha dos livros a serem lidos, pelas próprias crianças”, frisou Maria Helena do IQE.

Fonte: com informações Assessoria. 

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