O dado está em um estudo apresentado ontem pelo do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), que apontou a existência de 257.692 crianças e adolescentes brasileiras no trabalho doméstico.
Considerado desde 2008 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma das piores formas de trabalho infantil, portanto proibido para menores de 18 anos, está concentrado na zona urbana, na Região Nordeste, entre as meninas e entre os negros.A coordenadora FNPETI, Isa de Oliveira, diz que o trabalho infantil doméstico “é marcado pela iniquidade de gênero e de raça”. Ela também afirma que é preocupante a pouca redução no trabalho infantil doméstico. “Em quatro anos, conseguimos retirar 67 mil crianças desse trabalho. É pouco. Em 2008, ele representava 7,2% de todo o trabalho infantil. Em 2011, três anos depois, essa parcela baixou apenas para 7%. Em 2008, havia 327 mil nesse trabalho proibido”.
Apesar da queda global, segundo o estudo, houve estados onde houve aumento expressivo das meninas e meninos trabalhadores domésticos, como em Alagoas (39,7%), Piauí (122,9%), Rio Grande do Norte (81,1%), e Espírito Santo (87,8%).
Em 2011, do universo de 258 mil crianças e adolescentes (entre 5 e 17 anos) em situação de trabalho infantil doméstico que prestavam serviços para outras famílias, 102.668 (39,8%) estavam na Região Nordeste; 66.663 pessoas (25,9%) no Sudeste; 35.590 (13,8%) no Norte; 34.755 (13,5%) no Sul e 18.015 (7%) no Centro-Oeste.
No mesmo período, os estados de Minas Gerais (31.316), Bahia (26.564), São Paulo (20.381) e Pará (19.309) apresentavam os maiores números absolutos de crianças e adolescentes em situação de trabalho doméstico.
Mas houve regiões onde a redução tornou praticamente residual esse tipo de trabalho infantil, com Roraima (queda de 68,5%), Distrito Federal (-73%), locais onde não chega a mil pessoas nesse trabalho. Houve estados em que a redução foi superior a 50%, como em Santa Catarina (-62%) e Pernambuco (-55,9%).As meninas e jovens respondem por 93,7% do universo de trabalhadores de 5 a 17 anos. E 67% das crianças e adolescentes no trabalho dentro de casa são negras. Uma parcela maior do que se encontra no total de trabalhadores infantis. Nesse conjunto, os negros são 60%. Nas regiões metropolitanas, essa parcela de negros no trabalho doméstico sobe para 76,5%. O gênero também difere. Os meninos são maioria no trabalho infantil, mas não é assim nas atividades dentro de casa.
Fonte: MeioNorte
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