sexta-feira, 17 de maio de 2013

Para Cristovam, escravatura só será abolida com federalização da educação

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu, nesta segunda-feira (13), a federalização da educação básica como forma de o Brasil dar continuidade ao processo de abolição da escravidão. Para o senador, a Lei Áurea não libertou os negros de maneira completa, já que os descendentes dos antigos escravos ainda não têm acesso à educação.
- Não demos o passo da educação das crianças filhas dos ex-escravos, de seus descendentes e dos pobres de hoje. Dez milhões de brasileiros são escravos do analfabetismo e uma pessoa que não sabe ler, no mundo moderno, é escrava da sua incapacidade de saber os signos e o que eles indicam – disse.
O senador assinalou que a educação é responsabilidade da União e, por isso, deve ser federalizada. A proposta sugerida por Cristovam consiste na criação de uma carreira nacional do magistério com salário pago pelo governo federal.
- Não há mais a possibilidade de uma lei áurea da educação. Mas a gente sabe o caminho. Para mim, este caminho é dizer que a educação é responsabilidade da nação brasileira, do povo brasileiro, da União – afirmou.
Cristovam disse, ainda, que a Lei do Ventre Livre, que estabeleceu que os filhos de escravos nascidos a partir da data de sua edição eram livres, ara uma lei incompleta. Ele explicou que o ser humano só nasce, efetivamente, quando tem uma educação de qualidade.
- Esse é um país das boas leis incompletas. Nós nos acostumamos com os passozinhos, passozinhos, passozinhos, sem fazer as verdadeiras mudanças que são necessárias – disse o senador.
Em aparte, o senador Wellington Dias (PT-PI) concordou que o Brasil tem uma dívida no que se refere à educação, mas manifestou a suas dúvidas quanto à viabilidade da federalização, levando em conta o tamanho do país.
- Eu não sei como seria essa estrutura federal para a educação. Meu estado, pequeno e com três milhões de habitantes, tem, aproximadamente, cinco mil escolas – ponderou.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou que a escravidão no Brasil de hoje consiste não somente na falta de acesso à educação para alguns brasileiros, mas também na falta de respeito e de dignidade que sofrem cotidianamente
Fonte: Agência Senado.

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