sábado, 25 de maio de 2013

Projetos de extensão capacitam professores do ensino básico

Universidades pensam em novas formas de se passar o conteúdo na escola.
O Globo Universidade de 25 de maio mostrou o projeto ICB Sobre Rodas, onde o Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro leva uma nova forma de se ensinar biologia para as salas de aula de escolas fundamentais. Este é apenas um de muitos exemplos de projetos desenvolvidos por universidades brasileiras em escolas do Brasil inteiro.
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Por meio de projetos de extensão, as instituições desenvolvem capacitação de professores, funcionários de escolas e de alunos, nas mais diversas áreas do conhecimento. De astronomia a luta por direitos humanos, esses projetos lutam para criar uma sociedade melhor e com mais conhecimento.

Luta contra homofobia em Minas Gerais
Seminário sobre homofobia em sala de aula organizado pelo NUH-UFMG
(Foto: Divulgação/ NUH-UFMG)

Em 2008, o Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais (NUH-UFMG), criou o projeto Educação Sem Homofobia. O programa tem o objetivo de capacitar professores a trabalharem questões de gênero, combatendo o sexismo e a homofobia dentro da sala de aula. Atualmente, atuam em escolas de Belo Horizonte e de mais oito cidades da região metropolitana e do Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas.
Igor Monteiro, coordenador executivo do núcleo, explica que o foco inicial era trabalhar apenas com professores, mas percebeu-se que, para combater a homofobia, deveriam unificar toda comunidade escolar. "Passamos a incluir a coordenação, direção e os demais funcionários da escola", comenta.
O coordenador conta que, além de discutir esses temas em com os professores, o núcleo os orienta formas de trabalharem com os alunos, combatendo esses problemas. “Os professores atuam de formas diferentes com suas turmas. Alguns professores propõem trabalhos artísticos que tocavam no assunto, outros incorporavam livros que abordavam novas configurações familiares, há ainda aqueles que realizam teatros, palestras”, comenta Igor. Ele explica que não há uma orientação única para os professores. Eles têm liberdade para discutir o tema da forma mais apropriada.
Além das atividades em sala de aula, os professores são convidados a participarem de palestras, passeatas, congressos e outros eventos relacionados à luta contra a homofobia e o sexismo. Ele conta que o trabalho mudou a visão de muitos professores. “Muitos cursistas não se consideravam machistas, mas foram vendo que tinham atitudes assim”, comenta Igor. Ele revela, porém, que ainda esbarram em muitas dificuldades. Muitos professores ainda não aceitaram essas novas realidades, assim como pais de estudantes, que não querem vê-los lendo livros com novas configurações familiares, por exemplo.

Astronomia a serviço das aulas
Projeto da UFRJ utiliza astronomia para que professores melhorem o conteúdo dado em sala
de aula (Foto: Divulgação/ Astronomia-UFRJ)

Quando escolas municipais iam visitar o Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os astrônomos percebiam que muitos conceitos aprendidos pelos professores e reforçados por livros didáticos estavam errados. Daí surgiu a ideia de se criar uma série de oficinas e atividades junto aos professores, para melhorar o ensino de ciências dentro de sala de aula.
Para mudar essa realidade, o observatório criou o projeto Astros a Serviço das Ciências. Mais do que corrigir os conceitos astronômicos vistos em sala de aula, o projeto tem o objetivo de usar a astronomia para que professores de diversas disciplinas possam melhorar suas aulas.
Rudsthen Nader, um dos idealizadores do projeto, explica que os monitores do projeto vão até as escolas em dias marcados pelos professores e realizam oficinas. Nessas oficinas, os organizadores distribuem uma cartilha e dão explicações de como utilizá-las em sala de aula. “As oficinas são abertas, a gente pode ir modificando com as necessidades de cada professor”, comenta Rundsthen.
No Paraná, os professores enfiam a mão na terra
Projeto Solo na Escola leva alunos e professores para campo, onde veem o que apenas estudam
em sala de aula (Foto: Divulgação/

Escola Agrícola - UFPR)
Enquanto o projeto da UFRJ faz os professores e alunos olharem para o céu, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolve um projeto de extensão onde o interesse está no chão, ou melhor, no subsolo. A Escola Agrícola da UFPR realiza o projeto Solo na Escola, onde professores e alunos dos ensinos fundamental e médio vão ao campus e a uma fazenda para conhecer melhor o que acontece debaixo da terra.
Valmiqui Costa Lima, coordenador do projeto, explica que, apesar de a maioria dos professores que participam do projeto serem de Ciências e Geografia, o curso contempla diversas matérias. “Tivemos até um professor de arte no nosso curso”, comenta. “Os livros didáticos focam a importância do solo na agricultura. Na verdade, ele tem outras funções importantes, como armazenamento de água e de microorganismos”. O foco do curso é na explicação dessa importância, melhorando as aulas dos professores.
O grande diferencial está na parte prática. Valmiqui conta que em dias pré-estabelecidos, os professores são levados à Fazenda Experimental da UFPR, no município de Pinhais, onde eles têm contato com a terra, vendo de perto diferentes tipos de solo. “A resposta é muito positiva. Já tivemos mais de 1000 cursistas, entre professores e estudantes e a grande maioria gostou bastante do nosso curso”, comemora o coordenador.
Fonte: RedeGlobo.

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