Piauí ocupa 12ª colocação no ranking de exploração infantil

O Piauí ocupa a 12ª colocação no ranking brasileiro da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes ao longo das rodovias federais que cortam o Estado. Dados foram apontados em pesquisa divulgada no início deste mês pelo Instituto Childhood, organização brasileira criada para proteger a infância.
A pesquisa tomou como base um mapeamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizado durante o ano de 2010 em todas as BRs do país e registrou 1.819 pontos de risco em 66 mil quilômetros de malha rodoviária. Os primeiros colocados no ranking são o estado da Bahia com 117 pontos e Paraná com 113.
No Piauí, foram notificados 47 pontos vulneráveis. Destes, 32 pontos foram considerados críticos, por haver indícios de tráfico de drogas, consumo de bebidas alcoólicas, intensa circulação de caminhoneiros e proximidade com centros urbanos ou vilarejos com grande fluxo de crianças e adolescente.
Nos últimos dois anos, 31 menores foram apreendidos e encaminhados aos órgãos que trabalham com a proteção da infância e adolescência. A grande maioria das ocorrências aconteceu em Teresina, em apenas uma operação realizada na capital oito menores foram apreendidos e encaminhados aos Conselhos Tutelares do município.
De acordo com a Polícia Federal, neste mês de outubro foi iniciado um novo mapeamento dos pontos de prostituição que abrangerá todo o Estado. "O principal objetivo deste estudo é fazer uma recontagem das áreas de risco e investigar novas ocorrências. Depois de finalizado, os dados do mapeamento servirão para verificar se as campanhas de conscientização e repressão realizadas ao longo dos dois últimos anos nas rodovias federais surtiram algum efeito" explica o inspetor e chefe do Núcleo de Operações Especiais da PRF, Welendal Tenório.
No Piauí, o maior número de ocorrências foi registrado nas rodovias 343 e 316. Como as operações ainda estão em andamento, por decisão estratégica não foram divulgados os locais exatos dos pontos de riscos e nem detalhes sobre as operações, uma vez que a divulgação indiscriminada pode atrapalhar a realização das operações como ocorreu em anos anteriores.
Neste ano, 11 adolescentes em situação de risco foram registrados no Piauí. Este número pode até parecer pequeno e dar a impressão de que a prostituição infantil em torno das BRs diminuiu, mas também pode esconder uma realidade preocupante, já que nem sempre é possível confirmar todos os pontos suspeitos e nem descobrir onde essas práticas ocorrem.
Segundo Welendal, a prostituição infantil pode ter apenas mudado de endereço. "Sabemos que a prostituição não acaba assim de repente, por isso acreditamos que houve o deslocamento das atividades das menores para os acostamentos ao longo das rodovias. Talvez porque os donos dos estabelecimentos comerciais estão mais conscientes em resposta às campanhas que fizemos e passam a denunciar mais ou porque nestes pontos há disputa de território com os adultos que também se prostituem nos locais mais movimentados e expulsam as crianças de lá", afirma o inspetor. 

Fonte:180graus.